Por: Daniela Mendes
Dia desses andando meio indecisa em uma biblioteca sobre qual exemplar levar, e um tanto descontente com minha escassa informação sobre bons livros contemporâneos, uma funcionária me presenteou com uma bela indicação. A indicação se tratava de um dos romances do escritor paulista Santiago Nazarian: “Mastigando Humanos”.

Encontrado depois por um grupo de pesquisadores de uma instituição superior, o simpático jacaré acaba tornando-se até professor universitário de um grupo de peixes... Sim, na faculdade, estudavam animais também. É uma viagem psicodélica através de animais que falam, e da constante luta de um jacaré para se tornar um culto intelectual! Mas infelizmente, seu destino acaba terminado em um quarto de motel escrevendo esse livro de memórias, que funciona mais ou menos como um tratado que defende que seu estado de predador, não impede que possa explorar todo seu potencial filosófico.
Com seu tom sarcástico, (como observado nas demais obras) e um jeito muito autêntico de criar personagens, Nazarian nos faz dar boas gargalhadas e mergulhar nas idéias mais loucas e inteligentes de uma filosofia alternativa. Creio que entra na lista dos melhores autores contemporâneos em língua portuguesa sem perigo de exagero.
Dizem os críticos que foi seu livro mais ousado, o que consequentemente, exige um cuidado especial do escritor para ser o mais original possível, o que pelo visto, o autor conseguiu sem muito trabalho. Fica aí galera a dica para uma leitura memorável e divertida: “Mastigando Humanos” deve ser mastigado mesmo até a ultima página. ::